A presidente Dilma Rousseff vai vetar o projeto que extingue o fator
previdenciário, caso ele seja aprovado pela Câmara dos Deputados, informou uma
fonte do governo. Dilma é favorável ao fim do fator, mas não aceita a simples
extinção. O Ministério da Previdência Social defende que o mecanismo seja
substituído por uma fórmula que soma o tempo de contribuição com a idade - a
soma deve ser de 95 anos para mulheres e de 105 anos para homens. Como, no
entanto, esta fórmula ainda não foi discutida em âmbito de governo, o fator
previdenciário deve permanecer.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou ao Valor na semana
passada que "há pressão para a votação do fim do fator previdenciário", e que a
questão recebeu apoio maciço dos líderes dos partidos. O Palácio do Planalto
ainda avalia que a votação pode ser "contornada", segundo afirmou uma fonte, mas
que, no cenário em que o projeto seja votado e aprovado no Congresso, Dilma "não
hesitará" em vetar.
"Trata-se de algo impopular, porque ninguém é a favor do fator
previdenciário, nem o próprio governo, mas não podemos substituir uma fórmula
sem colocar outra no lugar", resumiu uma fonte graduada do governo.
O Valor apurou que o assunto foi tratado no Palácio do Planalto entre os
ministros da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, e da Casa Civil, Gleisi
Hoffmann, há cerca de um mês, quando o projeto que prevê a extinção do fator
previdenciário ganhou força na Câmara dos Deputados. O principal defensor do
projeto é o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), presidente
licenciado da Força Sindical e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
Nas conversas conduzidas por técnicos da Previdência Social com líderes das
centrais sindicais, entre o fim do ano passado e o início deste ano, a fórmula
"95/105", como é conhecida, foi rechaçada pelos sindicalistas. As centrais
defendem a substituição do fator previdenciário por uma combinação entre tempo
de contribuição e idade que some 85 anos para mulheres e 95 anos para
homens.
Fonte: Valor Econômico
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